Equivocar-se é demonstração da falta de conhecimento ou da inutilização dele, em alguns casos as consequências de um erro limitam-se aquele que vacilou, sem envolver terceiros, o que com facilidade pode se encontrar o aprendizado trazido pelo deslize, afinal o prejuízo sempre estimula que se recorra a uma nova estratégia, um novo olhar sobre a perda. A perda nos impulsiona à reflexão, cria-se um espaço para que minimamente não se repita erro, exercita nossa conexão com a consciência, para que a próxima execução venha com inteligência e sabedoria.
Há o erro em que a consequência sobrecai nos outros, prejudicando outras vidas, que muitas vezes não podem refletir sobre aquilo, não podem entender o porquê daquilo e aquele que erra não sente qualquer desconforto imediato, o que não o leva a refletir sobre aquele ato, podendo até mesmo naturalizar aquele erro, ainda que gere uma infinidade de vítimas. Para esses casos a necessidade de auto investigação é fundamental, reconhecer em si a compaixão também é importante para dar-se conta se será capaz de perceber a dor daquele que possa ter sido acometido pelo ato inconsequente, só através dessa análise voluntária é que se pode reconhecer as consequências das escolhas feitas.
Imaginemos o hábito de comer carne, por exemplo, ou um relacionamento com excesso de proteção, ou ainda, uma criação que envolva a violência como forma correção, se o erro torna-se o hábito, ele deixa de gerar incômodo, deixa de provocar a consciência e deixa de ser percebido, então segue-se gerando sofrimento.
Nesses casos, e que são muito comuns, é necessário que paremos a vida para reavalia-la, é preciso sair da rotina para perceber aquilo que a rotina apaga. O processo de autoconhecimento nos torna seres que reconhecem seus erros ou até seres que deixam de repetir alguns erros que já haviam se tornado rotina.
Parar é uma cura para nós, seres que erram tanto.
Precisamos parar e analisar a nós mesmo, só assim cessamos o sofrimento que geramos no outro, só assim limitamos nossos erros a aprendizados nossos e assim conseguimos viver em paz.
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