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Jejum e a desintoxicação física

Ao retirar a introdução de alimentos, o organismo inicia naturalmente um processo de limpeza física. Hoje vamos falar um pouco sobre ela.


Quando fazemos um jejum, começamos a eliminar tudo o que tiver acumulado no corpo. A quantidade dessa eliminação depende de vários fatores, um deles é o tempo de jejum, mas não vamos focar nessa questão por agora.

De uma forma geral, o organismo começa a utilizar seu reservatório de energia, para se manter e se restaurar. E, muitas vezes, podem conter em meio desse armazenamento, metais pesados e toxinas, que ficam na gordura do corpo. Tanto é que algumas pessoas quando fazem retiros de jejum, costumam relatar algum tipo de dor de cabeça. Isso pode acontecer por vários fatores ou seu conjunto, um deles é que a gordura está sendo quebrada para ser utilizada durante o período de jejum, e a toxina que está armazenada ali é liberada no organismo, para posteriormente ser excretada, mas enquanto ela circula no organismo, pode gerar algumas determinadas sensações de desconforto.



Durante o jejum, são inúmeros benefícios que acontecem no corpo físico. Consideramos a limpeza profunda do intestino um benefício principal e causal pra tantos outros.

Ao passar pelo jejum, descolam-se camadas escuras e fétidas antigas que estavam acumuladas baixando o desempenho do funcionamento do intestino. Esse processo é extremamente benéfico pois quando a pessoa volta a introduzir a alimentação, o desempenho será muito maior.


Muitas vezes após um jejum mais longo, as pessoas se satisfazem com uma quantidade muito menor de alimento. Isso se dá pela presença de um hormônio do corpo, que é o hormônio da saciedade, e que quando praticamos o jejum, esse hormônio tende a ser liberado em maior quantidade. É natural que a pessoa queira comer muito quando sai do jejum, por conta do déficit calórico que ela sofreu durante o período que ficou sem ingerir alimentos, então existe uma tendência a compulsão no período do retorno à alimentação, por isso, existe uma citação que achamos fazer jus ao processo de jejum, que diz “qualquer tolo pode jejuar, mas apenas um sábio saberá quebrar o jejum”. Se a pessoa consegue se auto observar e adquire um controle da mente neste estágio, ela vai perceber que o que ela tem, não é fome, é vontade de comer. A fome em si, será saciada muito mais rapidamente e com uma quantidade menor de alimento logo após o jejum. E gradualmente retornará aumentando a ingestão dos alimentos e consequentemente das suas calorias. O jejum não é um método de emagrecimento, o que realmente vai fazer a diferença são as escolhas do tipo de alimento que irá consumir ou seja, precisa de um processo de reeducação alimentar.


Com esse processo de limpeza gastrointestinal, os benefícios se estendem para todo o sistema, e vai além do corpo físico. O intestino, é considerado nosso segundo cérebro, é onde está concentrado mais de 70% da produção de serotonina, hormônio relacionado com a sensação de bem-estar, prazer e alegria de viver. Essa produção tem uma relação direta com o bom funcionamento ou não do intestino. Quanto mais limpo e melhor funcionando, mais eficácia terá na produção de serotonina, o que, consequentemente, resultará na melhora da qualidade de vida, afetando também a qualidade de funcionamento da mente, proporcionando mais clareza mental, foco, assertividade e serenidade.


Podemos experimentar, depois do jejum, uma melhora no ganho da massa muscular. Muitas pessoas que têm dificuldade de ganhar massa magra, por exemplo, e passam pelo jejum, limpam o intestino e potencializam seu funcionamento, quando voltam a se alimentar, buscando melhorar a alimentação e seguir com uma dieta consciente e equilibrada, tendem a absorver melhor os nutrientes dos alimentos. Isso, associado ainda a algum tipo de atividade física, facilita e melhora o ganho da massa muscular.


Quando o intestino está obstruído por essas camadas antigas que absorvem mais e mais toxinas, o processo de absorção dos nutrientes fica comprometido. Então o organismo todo começa mandar mais e mais informação e estímulo para que o intestino possa cumprir com mais eficácia sua função, o que acaba gerando muito estresse e gasto de energia no sistema como um todo, muitas vezes, aumentando a “fome” na tentativa de suprir essa carência nutricional. Porém, mesmo comendo mais, o intestino segue com seu funcionamento limitado e não consegue ser bem sucedido na sua tarefa de absorção. Esse círculo vicioso de estímulos não correspondidos de forma correta prejudica pouco a pouco o funcionamento de todo o complexo corpo-mente, resultando também em estados depressivos e depreciativos da personalidade. Ao passar pelo processo de jejum temos a oportunidade de quebrar o círculo vicioso, ao passar pela limpeza do intestino, acabamos por desintoxicar todo o organismo, e quando voltamos para a ingestão de alimentos, temos a oportunidade de iniciar um novo ciclo virtuoso, onde os órgãos podem exercer melhor suas funções, podendo então, ajudá-los nessa tarefa mantendo boas escolhas de alimentação e hábitos de vida. O que fica muito mais fácil, uma vez que se criou uma brecha de saída do círculo vicioso que reforçava os hábitos e escolhas prejudiciais.


Além disso, ao realizar o jejum, se tem uma regulação dos micronutrientes do organismo. Todos os micronutrientes têm uma relação entre si, e essa relação cria redes de dependência e codependência no equilíbrio e homeostase do corpo, no que diz respeito à existência e função de cada micronutriente e seu papel para o bom funcionamento do corpo. Por exemplo, quando se come um alimento que possui muito cálcio, ele naturalmente dificulta a absorção de ferro daquele mesmo alimento. E muitas vezes, ao estar instaurada uma carência específica, a comunicação dos micronutrientes entra em desordem, gerando ainda mais estresse e desarmonia no sistema. No momento que cessa a ingestão de alimentos, o organismo tende a encontrar os caminhos necessários para restaurar o equilíbrio desses micronutrientes.

Isso não quer dizer que, se existe uma carência exacerbada de algum nutriente, o jejum vai, necessariamente, produzi-lo ou equilibrar por completo essa situação, mas irá, com certeza, auxiliar na abertura de um caminho que leve ao equilíbrio a longo prazo.


Um fato é que todas as pessoas recebem muitos benefícios do jejum no que diz respeito ao corpo físico. Inclusive pessoas que tem doenças como reumatismo, gota, acúmulo de ácido úrico e doença relacionadas a acúmulos e má excreção. Durante o jejum, o corpo vai deixar de gastar energia para a digestão, que é onde o organismo gasta a maior parte da energia, e vai passar a investir essa energia para a reorganização do corpo. É quase como umas férias incríveis depois de uma longa vida de trabalho árduo.


Outro processo que queremos enfatizar a respeito do trabalho de desintoxicação do corpo físico, é sobre a apoptose, que é um processo de morte celular programada. Esse processo acontece no corpo humano desde que chegamos ao mundo, até o momento de deixá-lo, nossas células tem uma programação intrínseca de autodestruição ao envelhecerem, que possibilita que novas células nasçam em seu lugar, dando continuidade à vida. Durante o jejum, o corpo vai aos poucos fazendo uma limpeza dessas células velhas. No instinto natural de sobrevivência, o corpo vai começar a se alimentar dos velhos estoques armazenados. Primeiro, se alimenta dos açúcares disponíveis e livres, depois dos açúcares que ficam armazenados no fígado através do glicogênio. Ao terminar todos os açúcares do corpo, ele começa a se alimentar da gordura e assim, ao terminar, ele começa se alimentar de parte das proteínas do corpo.

Muita gente tem medo de fazer jejum por achar que o organismo está “se comendo” por dentro. Mas o organismo tem uma inteligência maravilhosa de funcionamento e também uma grande “reserva emergencial”. Ele sempre buscará os melhores caminhos, as opções de consumo adequada e a reciclagem dos materiais disponíveis dentro dele, principalmente aqueles que de fato precisam dessa reciclagem, decomposição e eliminação.


É como se o jejum colocasse o corpo em um estado de faxina. Onde o corpo tem a oportunidade de gastar toda a sua energia na eliminação, limpeza e purificação, sem precisar se preocupar com as “sujeiras” diárias que colocamos pra dentro, temporariamente.



O ponto crucial que o jejum consegue trabalhar é justamente naquilo que está em excesso. Por exemplo, em caso de tumores. Um tumor nada mais é do que uma proliferação descontrolada de células mal formadas. Assim, quando se entra em jejum, a probabilidade do organismo atuar naquelas células e estruturas é grande, pois ele entende que algo ali não está em equilíbrio e precisa ser consumido e eliminado.

Com isso, não estamos dizendo que, ao fazer um jejum você vai se curar do câncer. Existe uma probabilidade para que isso aconteça, porém inúmeros fatores devem ser somados a essa equação. Por exemplo, quantos jejuns serão feitos, o tempo de jejum, a forma como é feita, a forma como se retorna a ingestão de alimentos e o tipo de alimentos irão compor a alimentação pós jejum, entre outras coisas.


Mais uma vez, enfatizamos aqui, o retorno do jejum é até mais importante do que o jejum em si. É necessário um acompanhamento básico a respeito dos alimentos que devem ser ingeridos, o tempo entre as refeições, o modo de preparo, as preferências de combinações, etc. Ao passar por um retiro o processo apenas se iniciou, a continuidade na quebra do jejum é de extrema e essencial importância. No Portal Parvati facilitamos o acesso a essa cartilha de informações do acompanhamento pós jejum, mas cabe à consciência e responsabilidade de cada um segui-la de forma adequada.


Existe então, um aspecto mais sutil que se segue dessa purificação. Por não estar ingerindo alimentos, não sofremos a interferência energética destes. Sabemos que tudo é vibração, e cada alimento que ingerimos tem a sua, alguns mais densos outros mais sutis, mas todos eles trazem uma frequência que diz respeito à eles mesmos e não à nós, num nível mais profundo da realidade. Ao retirar essa interferência tão presente no dia a dia, podemos, enfim, estar mais em contato com a nossa energia mais pura e com a energia essencial da vida, Deus, o Divino, a Força Suprema, Eu Superior, Eu Maior… o nome que daremos não importa.

O fato é que durante o processo vivenciamos momentos de profunda entrega, desenvolvemos a fé e a devoção. Não por alguém fora, não porque alguém nos disse que teria que ser, e sim por ser uma manifestação da própria natureza, a confiança e coragem em seguir nos sintoniza com uma comunicação mais refinada com a linguagem da alma.

Brota desde o interior uma resiliência para consigo mesma/mesmo que fortalece a capacidade de ver e escutar o que estava oculto por energias mais densas e grosseiras. Assim passamos a sentir essa Presença Sutil com mais facilidade e integridade, nos tornamos mais atentos, sensíveis, perceptíveis. Respirando e caminhando com mais harmonia em cada movimento.

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